No interior do Norte

Desculpem.... mas este blog é apenas para pessoas inteligentes! Se não é o seu caso, peço lhe suavemente que se retire. Desculpe o incómodo!

segunda-feira, abril 18

Novos horizontes..nas rotas das palavras....

https://www.diariodechaves.pt/opinion/paulo-santos/opiniao/20220418101217003807.html

segunda-feira, dezembro 20

Rio

Visita à minha cidade. Fim de tarde com os meus a calcorrear estradas romanas e seus séculos. Sob o esplendor da luz. Lareira de Natal a céu aberto.
Gente nas ruas.Riso de crianças. Cachecóis coloridos a esconder os pescoços e o frio.
Tudo é tão diferente nas noites alumiadas, luzindo cores nas janelas dos prédios apagados. Apresso o passo rumo ao rio. Lustres nos rostos das gentes. Mais risos.
Fotos com os meus.Retratos que vou emoldurar nos olhos.
(Decerto que me faço entender a todos aqueles que sabem as escadas que descem ao coração. E este serve-lhes a memória.)
Nas varandas da ponte, o rio, embalado pela brisa que o adormece, solta um suspiro que parece vir de dentro da sua carne. Tudo ouvi com o sangue que me levou a outras passagens. Com a luz do dia a fazer de cachos multicolores nos ombros da juventude. Era dia, nesses dias. Mas a ponte permanece. A aconchegar os extremos sob os lábios do Tâmega.
Só hoje, neste fim de tarde, quebrada de luz contra os meus olhos, eu percebi o rio e as suas margens.
Definem as pedras.

in: No farol de meus dias - a publicar

quinta-feira, dezembro 16

Mensagem


Ando por aqui, fora das paredes que me protegem, à procura do Natal. Alguém disse que o perderam. Esta coisa do “bicho” escondeu o Natal.
Eu nunca o perdi! Por isso amo o Inverno.
Talvez, ainda, possa ensinar um velho. Um que tenha perdido o caminho no meio de tanto gelo nos pés e não se aquece. E se esquece! Esquece que o Natal resiste a tudo menos à falta de fé. Fé no mundo.Fé nos homens.Esperança no milagre.
Sem palavras. De que serviriam as palavras se queremos abraços?
Tanto medo. Tanta explicação. Tanto pudor. Palavras gastas!
Aquece o coração. Volta à infância. Aprende tudo de novo. Abre os olhos enquanto adormeces à procura dos passos à volta do pinheiro. Do cheiro do musgo a enfeitar o presépio. Do calor da lareira a céu aberto, nas ruas e praças deste trás-os-montes perfeito, a aquecer os alçados, as pedras e as gentes. Só depois os podes cerrar!
O Natal é saber que existes. E depois aprenderes que existem outros para lá de ti!
Luta por essa verdade. Abraça. Acredita com a mesma vontade! E torna a acreditar até que o lume te volte a incendiar os sentidos. A incendiar de afectos este mundo .
Há uma voz que pede ternura. Uma sílaba, sussurrada, que foge da boca à procura de um milagre. Um abraço que não se nega. Um beijo que se sopra. Paz!
Se perdeste o natal… fecha os olhos.
Procura-o ,depois, no fundo de ti!
Sabes: O Natal não se encontra de olhos abertos.
 
in: No farol de meus dias - a publicar

segunda-feira, dezembro 6

O branco cinza , em nuvem, adormeceu a terra e a paisagem. Se despisse os óculos, algodão-doce banhava as colinas e as eiras. Mas o som quieto, preguiçoso, não me levou à feira dos santos e sob a lente, o céu reflectia o meu cabelo.
Recolhi-me a tarde toda. Para me vestir agora e,no silêncio da casa, dançar pela quietude das mãos por este livro aberto. Os lugares vazios que nesta valsa de quebra-nozes, percorro para atravessar o tempo na firmeza irredutível dos ponteiros.
Mato a fome. Como se a mesa, nas voltas do pêndulo, fosse alfarrábio perpétuo das iguarias da memórias. Como os poemas que teço ou as quimeras que guardo.
É quando limpo os olhos para que o sono habite por fora do corpo. Como que com as mãos lhe desse trovas de embalar.
Para que afugente as trevas fora de mim, e não se ajoelhem os sonhos. Então a noite começa o seu bailado. Límpida. A palavra torna-se pão no lugar do esquecimento.
Então, satisfeito, já não choro a cor do meu cabelo.

in: No Farol de meus dias - a publicar

sexta-feira, novembro 19

Terra de extremos. A minha. De águas, sonhos e árvores antigas. De montes esculpidos em rudes escarpas e de uma ribeira que neles serpenteia a sua vontade. De paisagens que nos reduzem aos olhos de infância. De calor que nos doira e frio que nos leva ao quente das lareiras na intimidade das brasas. Minha terra que tão pouco te cantam.
Um homem ouviu falar do mar. Foi-lhe dito por um daqueles caixeiros viajantes que carregavam consigo quimeras em forma de palavras. Falou-lhe de ondas, de navios, do azul e da imensidão da água. Contou-lhe de outros homens, lavradores de espuma, fiadores de redes de esperança. Esse homem, de cigarro áspero no canto da ilha, ouviu e embeveceu.
A graça não se canta na voz de sereias, sejam elas de cauda ou de mala. Há, decerto, beleza no mar. O deles. E o nosso. Este que baila no coração de granito. Marinheiros destas paisagens.Pescadores que somos de dias.
Ainda que perca o encanto, à rudeza da vida, aos olhos quotidianos, gastos, a paisagem arrebatadora deste reino também as marés aqui vêm beijar as bordas da terra.
Seja em nuvens preguiçosas que se esquecem da alvorada ,e perpetuam o sono em tons de nevoeiro, ou em dentes de leão, floridos de algodão-doce, no quebra luz ao fim da tarde.
Melhor fora que esses homens, seduzidos, soubessem escrever um poema. De amor que fosse!
Logo um mar de palavras, lúcidas, transbordaria.
 

in: No farol de meus dias - a publicar

quinta-feira, outubro 6

Viagens...


Regresso...Lento.
Cansei-me da doce tentação do imediato. Voltei a casa. Não por saudade...apenas egoísmo!
Abro a janela para que a diurna luz outonal sossegue a alma. Estendo-me ao comprido no velho escano de madeira...E por aqui fico a admirar a velha alvenaria, a lareira que hei-de acender ...
O retiro continua pleno. à minha espera!
Cheguei. Talvez ainda me encontre!

sábado, agosto 30

Segredos...

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